Segundo o CRM-PB, o levantamento foi feito com base em informações repassadas por 14 diretores técnicos de unidades hospitalares. O Boletim Epidemiológico divulgado na terça-feira (19) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que há 289 casos confirmados entre as equipes de saúde, porém o CRM destaca que por conta da subnotificação, o número de deve ser maior.
O presidente do CRM-PB, Roberto Magliano de Morais explicou que as seis mortes entre a classe médica foram de profissionais que estavam na ativa durante a pandemia. “Quanto mais médicos infectados, menos profissionais teremos para enfrentar essa batalha. Preocupa também que garantias trabalhistas estes profissionais terão enquanto estiverem adoecidos e sem trabalhar”, destacou.
Ainda conforme o presidente do CRM na Paraíba, os médicos que estão atuando no enfrentamento ao coronavírus relatam como principais problemas do trabalho: falhas no processo de triagem, falta de equipamentos de proteção individual (EPI), exames e medicamentos, além da escassez de material para higienização e de demais profissionais para dividir o trabalho.
Desde o dia 30 de março, através de uma plataforma de denúncias online sobre as falhas na infraestrutura de trabalho, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba já recebeu 63 denúncias de médicos que atendem nas unidades de saúde de João Pessoa, Santa Rita, Bonito de Santa Fé, Mamanguape, Campina Grande, São Bento, Pitimbu, Guarabira, Bayeux, Itaporanga e Patos.
Segundo o CRM-PB, os profissionais relatam que faltam aventais, máscara cirúrgica, máscara n95 ou equivalente, óculos ou protetor facial, luvas cirúrgicas, gorros, luvas, além da escassez de insumos, como medicamentos, kits de exames para Covid-19, acesso a exames de imagem, material para curativos e peças educativos, como cartazes e folders.
Os médicos também informaram que há unidades sem abastecimento de álcool a 70% e em gel, papel toalha, sabonete líquido e desinfetante ou outro insumo recomendado. Sobre os recursos humanos, há denúncias de falta de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais de limpeza e cozinha.
Secretaria nega precariedade
A SES informou por meio de nota que as unidades de gestão estadual estão abastecidas de EPI, investido na capacitação permanente dos profissionais que atuam no combate à Covid-19 entre os temas, assim como no uso correto dos EPIs. A SES informou que adquiriu 320 mil testes rápidos para identificar casos de coronavírus em toda a população.
Com a aquisição do material, a Saúde do Estado vem realizando ações de testagem em seus servidores. No Hospital Metropolitano e Solidário, por exemplo, referência para os casos de coronavírus, todos os profissionais foram testados e apenas 4 positivaram.
A SES lamenta o falecimento dos profissionais de saúde e de todos os 219 paraibanos que tiveram suas vidas interrompidas pela pandemia.