Paraíba inicia metodologia Roadmap Território Carbono Neutro no Cariri e Seridó

A Paraíba começou a implementar o projeto Roadmap Território Carbono Neutro, um piloto que pretende identificar a situação atual de cada cidade em relação às questões climáticas. Trinta municípios no Brasil foram escolhidos e no estado foram selecionadas inicialmente seis cidades. O projeto apoiará na transição para uma economia de baixo carbono alinhada aos compromissos internacionais de mitigação das mudanças climáticas. Monteiro, Prata, Cabaceiras, São José dos Cordeiros, Queimadas e Cuité serão as contempladas. A primeira cidade a assinar o termo foi a Prata, nesta quarta-feira (22).

O Roadmap é uma parceria entre o Sebrae Nacional, Sebrae/MT e o Centro Sebrae de Sustentabilidade. As cidades foram escolhidas por possuírem áreas de vulnerabilidade ambiental, facilidade de acesso institucional e porte populacional. O projeto faz parte de uma linha de atuação e funciona como estratégia de desenvolvimento local e sustentável.

O analista técnico da Unidade de Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas do Sebrae/PB, Thiago Lucena, informou que as perspectivas de mudança nas seis cidades em que se começa o Roadmap são de resoluções locais para alguns problemas. “O município que participa poderá buscar fontes de financiamento, públicas e privadas, que contribuam para o alcance desses objetivos traçados durante o processo de implementação do projeto”, resumiu.

Thiago Lucena enfatizou o passo importante que as seis cidades deram ao aceitar a iniciativa. Ele agradeceu aos gestores municipais e explicou como estarão trabalhando nos próximos meses.

“O projeto está estruturado na ação diagnóstica para um entendimento do estágio de maturidade do município em relação às políticas de mudanças climáticas, bem como no que se refere a outras cinco áreas temáticas correlacionadas. A partir dessa avaliação, o município receberá uma classificação quanto ao seu grau de aderência às políticas públicas desejadas para o enfrentamento dos desafios. Em seguida, será proposta uma agenda local de um conjunto de ações a serem implantadas em dois anos. Por último, o município poderá buscar fontes de financiamento, públicas e privadas, que contribuam para o alcance desses objetivos traçados”, detalhou.

A gerente da agência do Sebrae/PB na cidade de Monteiro, Madalena Arruda, disse que essa ação é de suma importância, uma grande oportunidade para o cariri paraibano. “Nos sentimos lisonjeados com a chegada desse projeto, considerando que apenas 30 cidades do Brasil foram selecionadas. Para o cariri é uma grande alegria, pela relevância ambiental do projeto. Porque isso converge com a nossa agenda 2033, do Pacto Novo Cariri, que também está com uma visão e uma missão de desenvolver a sustentabilidade”, ressaltou.

O desenvolvimento territorial integrado exige o eixo da sustentabilidade, segundo Madalena Arruda. “Nós temos muitos desafios no cariri, entre eles, o combate à desertificação. Com o Roadmap vamos diagnosticar, fazer um reconhecimento. E é um diagnóstico diferenciado, porque, quanto mais se colocar a escassez no município no relatório, expressar a necessidade daquilo que falta, será melhor para pontuar”, detalhou.

A segunda fase desse projeto será uma agenda de curto, médio e longo prazo, segundo Madalena. “O Sebrae chega na terceira fase, realizando uma conexão desses municípios com instituições, órgãos nacionais, internacionais, para que possam entrar com ações que foram colocadas no plano”, falou.

Segundo Madalena Arruda, a cidade de Prata terá o questionário aplicado dia 29 de janeiro. A próxima cidade será Cabaceiras, dia 30 deste mês. No dia 4 de fevereiro a equipe do Sebrae/PB estará em Cuité, no seridó da Paraíba.

A prática do Roadmap

Na prática, o Roadmap visa realizar mudanças nos modelos de produção e de gestão, de acordo com o analista técnico da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae/PB, Thiago Jatobá. Ele disse que o projeto envolve diversas instituições, que atuam de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

“A sustentabilidade é uma urgência. As mudanças climáticas e os eventos extremos estão cada dia mais presentes em nosso cotidiano. Infelizmente, não há tendência de mudança positiva desse cenário sem que haja uma ação conjunta da sociedade. O cidadão, as organizações empresariais e a gestão pública devem se unir cada vez mais para evitar outros efeitos e desastres”, concluiu.

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